Liderados por treinador brasileiro, nadadores portugueses realizam estágio e se impressionam com estrutura do CT do COB

O Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro, é uma referência internacional e há alguns anos recebe delegações estrangeiras para períodos de preparação. Nas primeiras semanas de 2023, dois dos principais nadadores de Portugal, liderados pelo treinador brasileiro Alberto Silva, o Albertinho, utilizaram a piscina do Parque Aquático Maria Lenk como base para o início da temporada. Além usufruírem de toda estrutura multidisciplinar oferecida pelo COB no local, Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento saíram inspirados pelo ambiente olímpico. 

Comandante da seleção portuguesa desde setembro de 2021, Albertinho apresentou um planejamento para a federação local e, após contatos com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e com o COB, trouxe Diogo e Miguel, além do preparador físico brasileiro Igor Silveira, para um período de 15 dias de treinos no Rio de Janeiro. Um dos fatores determinantes para a vinda dos europeus foi o calor do verão carioca.

“Como temos um inverno que dura até cinco meses na Europa, a ideia foi proporcionar um pouco mais de sol, de calor, mudar um pouco o astral do início de temporada. Por isso, eles curtiram muito a proposta de vir para o Rio de Janeiro”, explicou Albertinho, que também apontou a qualidade da estrutura como fundamental para os treinamentos no CT do COB. “É óbvio que não era só a intenção de conhecer o Rio de Janeiro que faria a gente vir para cá. Já tivemos a oportunidade de conviver na rotina do centro de alto rendimento do COB e sabemos que aqui têm todas as condições, não falta nada para gente. Posso dizer que em termos estrutura, de profissionais e de atletas, o esporte brasileiro está em um nível de excelência no mundo. O Brasil está em um nível que não deve nada a muitos países com mais tradição e recursos”, completou o treinador.  

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Depois de anos treinando os principais atletas, entre eles os medalhistas olímpicos Cesar Cielo, Bruno Fratus e Thiago Pereira, Albertinho tem agora a chance de lapidar um jovem promissor em terras lusitanas. Em pouco mais de 1 ano de trabalho, ajudou Diogo Ribeiro, de 18 anos, a conquistar, no último Mundial Júnior, em Lima, no Peru, o maior resultado da história da natação de Portugal: a medalha de ouro, com direito a recorde mundial da categoria, nos 50m borboleta. Ele ainda foi ouro nos 100m borboleta e nos 50m livre. Diogo se mostrou muito bem impressionado com a estrutura do CT do COB e espera que o período no Brasil o faça evoluir ainda mais.

“Tudo aqui é bem junto e torna as coisas muito mais fáceis. É só subir as escadas e está tudo ali. Os equipamentos, a academia e o sol tornam tudo muito mais divertido. Sempre quis estar aqui no Maria Lenk, é quase como um sonho que se torna realidade. Foi muito inspirador encontrar com a Rafaela Silva e a Ana Marcela Cunha, duas campeãs olímpicas, por aqui”, revelou Diogo, que considera a chegada de Albertinho, Igor e de um profissional de biomecânica e a mudança na forma de treinar fundamentais para o resultado histórico que obteve no Mundial Junior. Sua grande referência na natação brasileira é o multicampeão Nicholas Santos, que também nada os 50m borboleta. 

Mesmo mais experiente, Miguel Nascimento, de 28 anos, confessou que ficou “completamente fascinado” pela estrutura do centro de treinamento. “É um centro de alto rendimento com todas as condições para atingirmos os objetivos que ambicionamos. Gostaria de voltar mais vezes, porque as condições são extraordinárias. Todo o staff do COB foi sensacional e proporcionou o melhor ambiente possível para estarmos na nossa melhor forma para treinar. Toda a logística foi excelente e é isso que precisamos para atingir as nossas metas. O Rio de Janeiro tornou tudo mais leve. Só tenho a dizer coisas boas e espero voltar novamente”, elogiou Miguel.

Um dos principais diferenciais do CT do COB em relação à estrutura que os nadadores têm em seu clube, o Benfica, em Lisboa, é a união de diversos serviços em um mesmo local, como academia, fisioterapia, massoterapia, área médica, bioquímica, entre outros. Em Portugal, os atletas precisam se deslocar para realizar suas atividades físicas, por exemplo. 

“Usamos de tudo que tivemos direto. A facilidade de obter todos esses serviços sempre perder tempo com a logística é uma das coisas fundamentais para alcançarmos um resultado”, acredita Miguel Nascimento, que em 2022 teve um dos melhores anos da carreira nadando abaixo do índice olímpico nos 50m livre.

Albertinho conhece como poucos o local e avaliou de forma positiva o período dos portugueses no Rio. Foi no Maria Lenk que o treinador brasileiro realizou a preparação final da equipe nacional de revezamento 4x100m livre para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Foram seis meses morando no Rio e utilizando todos os serviços de performance oferecidos no local.

“Aqui no CT do COB se respira alto rendimento, vontade de ir mais longe, se inspira o tempo todo. O esporte brasileiro já tem esse sentido de ambição e é isso que a gente quer levar para Portugal. Foi um período excelente. Tenho certeza de que os atletas estão muito contentes e motivados. Eles tiveram um ótimo rendimento tanto na piscina quanto na academia e voltamos para Portugal com um estágio muito bem cumprido na preparação”, avaliou Alberto Silva.