Mayra Aguiar conquista a terceira medalha olímpica da carreira nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Judoca gaúcha foi bronze ao derrotar a sul-coreana Yoon e repetiu feitos de Londres 2012 e Rio 2016. Brasil terá os pesados Rafael Silva e Maria Suelen Altheman
Ela
conseguiu de novo. Mayra Aguiar, novamente, superou uma lesão grave no ciclo
olímpico, uma pandemia e voltou ao pódio olímpico. A judoca gaúcha da categoria
meio-pesado venceu a sul-coreana Hyunji Yoon por ippon com uma imobilização na
disputa do bronze e garantiu a terceira medalha seguida em Jogos Olímpicos,
depois dos bronzes em Londres 2012 e Rio 2016.
“Nunca chorei tanto. Estava chorando igual criança ali. É que está muito
entalado. Tudo o que eu vivi, foi muito tempo de superação, uma atrás da outra.
E, hoje, poder concretizar com uma medalha é muito importante para mim. É a
maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Por tudo o que
aconteceu, tudo o que vivi, poder estar com isso concretizado é muito gostoso,
está sendo muito bom”
Mayra, sendo uma das cabeça-de-chave da competição, ficou de bye na primeira
rodada e estreou contra a jovem israelense Inbar Lanir. Foram apenas 40
segundos de luta e um ippon depois de um lindo uchi-mata. Na sequência,
enfrentou a atual campeã mundial Anna-Maria Wagner, da Alemanha. Numa luta
muito equilibrada, Mayra acabou sofrendo uma projeção no golden score que valeu
um waza-ari, encerrando a luta. Mas não havia tempo para lamentar porque havia
a repescagem no bloco final. Depois de algumas horas, a atleta da Sogipa voltou
ao shiai-jô para enfrentar a russa Aleksandra Babintseva. Se portando de
maneira muita segura, Mayra forçou três punições para adversária ainda no tempo
normal e avançou para a disputa de medalha. Contra Yoon, depois de desequilibrar
a sul-coreana, partiu para a imobilização até o ippon de bronze.
“Eu nunca ganhei uma luta no chão, mas quando aconteceu foi para garantir a
medalha olímpica. Lembrei muito dos meus treinos com o sensei Moacir. Quando encaixou,
eu pensei: não vou soltar nunca”, analisou Mayra, que falou como foi se reeguer
após a derrota para a alemã nas quartas. “Eu já tinha lutado com a Wagner duas
vezes, tinha ganhado e perdida. Geralmente, eu não aguento muito no golden score,
mas eu tentei. E eu odeio perder, dei tudo que eu tinha, mas me matou saber que
eu não ia disputar o ouro. Tive outras experiências de ter que erguer a cabeça
e voltar pra casa uma medalha é muito importante. E eu consegui fazer isso,
ficar com muita vontade de novo e levar essa medalha pra casa”, disse.
Com o feito, Mayra se iguala à levantadora Fofão, do vôlei, como a única mulher
brasileira a conquistar três medalhas em Jogos Olímpicos. Considerando apenas
as medalhas em esportes individuais, ela se iguala a nomes como Robert Scheidt,
Gustavo Borges e César Cielo.
"Eu vou torcer para que eu seja apenas uma das a ingressar e desejo que
essa lista siga crescendo. Temos muitos atletas com grande potencial e tem
muita Olimpíada pela frente e não tenho dúvida de que o Brasil ainda vai
comemorar muita medalha", completou a judoca de 29 anos.
Além dela, o Brasil foi representado por Rafael Buzacarini que acabou sendo
derrotado na estreia pelo belga Tomas Nikiforov. No sétimo dia da competição de
judô nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, é a vez dos pesados Rafael “Baby” Silva,
dono de duas medalhas olímpicas, e de Maria Suelen Altheman, duas vezes
vice-campeã mundial. A disputa por equipes encerra a competição no dia 30.