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Pequim 2022

Faltando 50 dias para Pequim 2022, brasileiros colecionam bons resultados em busca das vagas olímpicas

Delegação fica muito próxima de garantir a 5ª vaga do país nos próximos Jogos com Nicole Silveira, no skeleton. Esqui cross country (3) e alpino já estão confirmados

Por Comitê Olímpico do Brasil

16 de dez, 2021 às 07:10 | 7 min de leitura

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Faltando exatamente 50 dias para a abertura de Pequim 2022, o Brasil segue buscando novas vagas para os próximos Jogos Olímpicos de Inverno. Com os resultados dos brasileiros na neve e no gelo nesta temporada de inverno, o Brasil ficou muito perto de garantir a sua quinta vaga na China, com Nicole Silveira, no skeleton. Ela ficou em oitavo lugar no evento-teste realizado em Yanqing, conquistou as cincos etapas da Copa América, além de dois bronzes na Copa Intercontinental. As competições foram disputadas nos Estados Unidos e no Canadá. Agora, Nicole está na Europa, competindo e treinando com algumas das melhores do mundo, e conseguiu, nas últimas semanas um 14º lugar na pista de Altenberg, e um 16º em Winterberg, as duas na Alemanha, e considerados entre os mais difíceis percursos do circuito mundial.

“Quando comecei na modalidade, no final de 2018, tinha pouca esperança de classificação. Me falavam que quatro anos era muito pouco tempo. No final de 2019 já tinha alguma esperança, mas com foco somente na classificação e, talvez, um Top-20. Final de 2020 já via uma possibilidade de Top-17. Agora, após evento-teste na China e algumas competições no Canadá e Estados Unidos, já penso bastante e tenho confiança em obter um grande resultado. Vai dar trabalho, vai ser difícil, mas estou pronta para dar o meu melhor”, disse Nicole, que já possui no currículo o 17º lugar no Mundial de 2021, justamente em Altenberg, com apenas dois anos de prática de modalidade. A moradora de Calgary, cidade olímpica, já praticou outros oito esportes – bobsled, crossfit, fisiculturismo, futebol, ginástica artística, levantamento de pesos, rúgbi e vôlei - antes do skeleton.

“O desempenho da Nicole na temporada faz com que ela se habilite a um grande resultado que, para nós, é estar próximo do Top-10 em Pequim. Os resultados conquistados pela Nicole são históricos para atletas latino-americanos na modalidade, vencendo várias etapas da Copa América, medalhando na Copa Continental, tendo Top-15 em Copa do Mundo, com tempos expressivos. Isso serve de incentivo para outras modalidades, mostrando que o sonho pode tomar forma e ser realizado”, disse Matheus Figueiredo, chefe de equipe dos desportos no gelo.

Ainda no gelo, outra vaga bem encaminhada para o Brasil é no bobsled masculino. O trenó com quatro pessoas ficou em quarto em três etapas da Copa América – todas em Whistler (Canadá), uma vez em quinto e uma em sexto, as duas últimas em Park City (Estados Unidos). O Brasil também busca classificação no trenó de duas pessoas (2-man) também com Edson Bindilatti como piloto e no monobob (trenó de uma pessoa) com Marina Tuono.

Nicole Silveira treinando em Whistler. Foto: Divulgação/CBDG

As vagas garantidas para o Brasil até o momento são nos esportes de neve, sendo três no esqui cross country, duas para o feminino e uma no masculino, e uma no esqui alpino masculino. A Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) está com uma ampla disputa interna pela convocação para as vagas que leva em conta o desempenho dos atletas, medidos por pontos FIS, em competições na neve. Por isso, Bruna Moura, Eduarda Ribera, Jaqueline Mourão e Mirlene Picin, as principais candidatas às vagas entre as mulheres, e Manex Silva e Steve Hiestand, que disputam a nomeação no masculino, estão participando de uma série de competições na Europa e América do Norte até janeiro, quando sai a lista final, mais precisamente no dia 16. No esqui alpino, Michel Macedo é o favorito à vaga.

O Brasil tem ainda chances de vaga em outras modalidades de neve, o que permite projetar até 14 atletas em Pequim 2022. No esqui estilo livre, a jovem Sabrina Cass, de 19 anos, foi 31ª na prova moguls na Copa do Mundo em Idre Fjall, na Suécia. Ela está atualmente na 34ª posição no ranking olímpico e, se a janela de classificação fechasse hoje, Sabrina conquistaria a vaga. Na mesma modalidade, o Brasil ainda tem os irmãos Sebastian e Dominic Bowler, que disputam a prova de halfpipe. Sebastian estabeleceu o novo recorde brasileiro com 34.40 pontos FIS e a 39º colocação na Copa do Mundo em Copper Mountain, nos EUA. Para estar em Pequim, precisam se colocar entre os 25 melhores no ranking da olímpico até 16 de janeiro.

No snowboard, o Brasil tem dois jovens atletas buscando vagas no halfpipe com Augustinho Teixeira e no cross com Noah Bethonico. Ambos disputaram as primeiras competições da temporada no último final de semana e Augustinho já conseguiu um Top-30, se habilitando à vaga olímpica. Para carimbar o passaporte para a China, Teixeira precisa estar entre os 25 primeiros no fechamento da lista.

“Os atletas brasileiros de neve estão em um nível nunca visto antes em todos os esportes, e o que é mais positivo é que a grande maioria deles é bastante jovem, mostrando a importância do investimento no desenvolvimento de atletas. Um ótimo exemplo disso é o Augustinho Teixeira, que com apenas 16 anos já disputa o principal circuito mundial de Snowboard e já é elegível para os Jogos”, analisou Pedro Cavazzoni.

“Temos atletas muito jovens como o Augustinho, a Sabrina, o Manex, o Noah e a Eduarda buscando a classificação olímpica para Pequim, mas com idade para competirem nos próximos dois Jogos Olímpicos de Inverno tranquilamente. E todos em alto nível competitivo. Isso mostra que não somente podemos aumentar o número de largadas, como evoluir nos desempenhos pessoais e de pontos nas modalidades que vamos ter representantes. Importante destacar que esses jovens são fruto de um planejamento a longo prazo das Confederações de Gelo e Neve junto com o COB para que a entrega de resultados seja cada vez mais alta e constante”, completou Anders Pettersson, chefe da Missão.


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