Vanessa Sena é esperança de medalha para o Brasil no Mundial de Atletismo Sub-20
Paulista de 17 anos se destaca no salto em distância, modalidade cujo ranking mundial liderou nesta temporada
O jeito meio tímido contrasta com um sorrisão à mostra e o estilo próprio de quem tem a confiança de chegar chegando em qualquer lugar, seja no treino ou na competição. Vanessa Sena, promessa do atletismo brasileiro, traz os elementos típicos de uma adolescente ao se apresentar com as unhas pintadas por “emojis”. Mas, ao mesmo tempo, essa jovem de apenas 17 anos carrega consigo um crescimento no esporte que já a coloca no rol das principais atletas do país no salto em distância. Buscando esse equilíbrio e potencialidade, Vanessa se prepara para a disputa de seu primeiro Mundial, a edição sub-20 da modalidade, que começou nesta semana em Cali, na Colômbia.
Vanessa Sena entra em ação a partir desta quarta-feira (3) nas eliminatórias da prova que a fez despontar no cenário brasileiro do atletismo, o salto em distância. Em abril deste ano, ao disputar o Campeonato Paulista, a jovem fez a marca de 6,35m e, naquela época, assumiu a liderança do ranking mundial. Atualmente, ela ocupa a quinta colocação da lista e é a esperança de medalha para o Brasil no Mundial Sub-20 de Cali, evento em que vai disputar também o revezamento 4 x 100m rasos. Mesmo diante de uma certa expectativa por resultados diante do que vem apresentando até agora, a exemplo dos ouros no salto dos Jogos Sul-americanos da Juventude Rosário 2022 e na Gymnasiade (Mundial Escolar), Vanessa se mostra tranquila e confiante no planejamento de carreira.
“Eu me sinto à vontade, não me sinto pressionada. Tento levar da maneira mais leve e trazer para mim da forma mais leve também. Não me sinto dessa forma (pressionada), até porque eu tenho 17 anos, não tenho que ficar me cobrando muito também. Ainda tem muita coisa para acontecer na minha carreira”, analisou.
Paulista do Capão Redondo, região com um grau mais elevado de vulnerabilidade social em São Paulo, Vanessa foi descoberta para o atletismo em um festival escolar há cinco anos e desde então treina no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa com seu técnico, Alexandre Moratto. Dentro do planejamento de base, a atleta divide o foco entre as provas de salto, 100m e 200m rasos, e acredita que tem um longo caminho pela frente no atletismo. Detalhe: com uma meta bem definida.
“Acredito que estou evoluindo bem, ainda tenho muito o que melhorar e ajustar tanto no meu salto quanto na corrida. Até a categoria adulta tem muito chão, muita coisa para conquistar ainda. No futuro, como todo atleta, sonho chegar nos Jogos Olímpicos. Paris 2024 está logo aí, quem sabe eu não consigo uma medalha olímpica?! Eu acredito em mim, tenho potencial. É o meu maior sonho e vou correr atrás dele para conseguir realizá-lo”, ressaltou a jovem saltadora, que atesta: mesmo diante da timidez, faz questão de deixar suas principais características bem evidentes.
“Apesar de ser tímida, eu sou uma pessoa bem divertida e gosto de sempre estar sorrindo. Tento sempre estar bem para cima, gosto de mudar meu cabelo quando dá, de fazer meu "baby hair’ (tipo de penteado), pintar as unhas de ‘carinhas’. É uma forma de chamar a atenção, que gosto, e de dizer ‘cheguei, estou aqui’!”, reforçou.