Isabel Swan assume a Coordenadoria de Esportes Femininos do COB
Medalhista olímpica na vela trabalhará no desenvolvimento de ações voltadas às mulheres no esporte nacional
Cada vez mais comprometido com a igualdade de gênero, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) acaba de criar a Coordenadoria de Esportes Femininos, área destinada exclusivamente à elaboração de projetos para atletas, treinadoras e gestoras mulheres. Após realização de processo seletivo, a medalhista olímpica Isabel Swan, bronze na vela em Pequim 2008 (classe 470), foi a escolhida a ocupar o cargo, que prevê uma análise minuciosa da participação feminina no esporte brasileiro tanto no ambiente competitivo como fora dele.
“Este é mais um passo importante no processo de equidade de gênero no esporte olímpico brasileiro, que o COB vem liderando desde o início desta gestão. E caberá à Isabel Swan, referência na vela mundial e atleta engajada com o Movimento Olímpico, tomar a frente deste projeto”, afirma o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira.
“É um privilégio trabalhar no COB e ter a chance de contribuir com o esporte feminino, dando suporte para que as mulheres possam desenvolver seus trabalhos. Nossa visão é de médio a longo prazo, identificando o cenário atual e estudando as ações que podem ser efetivamente executadas”, diz Isabel Swan, que renunciou à Comissão de Atletas do COB para ocupar este cargo.
“Desde o processo eleitoral do ano passado, o presidente Paulo Wanderley assumiu como compromisso a criação de uma coordenadoria de esportes femininos. A partir daí, houve um processo seletivo, no qual diversos atletas olímpicos enviaram seus currículos, e o nome escolhido foi o da Isabel Swan, cuja experiência e perfil de liderança dispensam apresentações”, explica o diretor geral do COB, Rogério Sampaio.
O escopo de atuação de Isabel promete ser abrangente, não se limitando ao suporte às atletas olímpicas ou com potencial para disputar os Jogos. Segundo o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara, a coordenadoria também irá dialogar com as demais áreas da entidade e Confederações Brasileiras Olímpicas.
“A Isabel vai fazer um diagnóstico da atuação feminina no esporte brasileiro, estudando não somente o aspecto competitivo, mas também a participação em cargos de gestão e entorno do atleta. É inegável que algumas provas e modalidades ainda possuem espaço para crescimento da participação feminina no cenário mundial, mas seu trabalho vai além do desenvolvimento de resultados”, conta Bichara.
Atualmente, 55% do quadro de funcionários do COB é composto por mulheres, que ainda ocupam sete dos 12 cargos diretivos e de gerência da entidade. Nos últimos anos, uma série de ações foi realizada nesse sentido, como o envio de uma equipe 100% feminina para coordenar a delegação brasileira nos Jogos Sul-americanos de Praia Rosário 2019 e a criação do curso gratuito Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte, oferecido em versões adulta e jovem, com apoio da ONU Mulheres.
Além disso, o COB foi finalista do Prêmio Mulheres e o Esporte 2020 (Women and Sport), promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que homenageia às organizações e cidadãos que realizaram contribuições para o desenvolvimento, incentivo e reforço da participação de mulheres e meninas no esporte através de ações de oportunidade, reconhecimento e empoderamento feminino.
Isabel Swan
Primeira velejadora brasileira a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos – bronze na classe 470 em Pequim 2008, ao lado de Fernanda Oliveira –, Isabel Swan foi também finalista no Rio 2016, dessa vez com Samuel Albrecht, na Nacra 17.
Paralelamente à carreira esportiva, Isabel vem mostrando atuação relevante na busca para que os atletas ocupem seu espaço e tenham maior representatividade nas principais decisões do esporte nacional. Integra a Comissão de Atletas da PanAm Sports, além de ser membro do Conselho de Administração da CBVela. Vice-presidente do Projeto Grael, a velejadora é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem MBA em Gestão de Projetos pelo IBMEC, além de já ter trabalhado em grandes empresas, como Ernst & Young e Zinzane.