Rafaela Silva vence o Pan de Lima e completa a coleção de títulos
Focada, brasileira foi ouro ao vencer adversárias com facilidade
Depois de bater na trave em Guadalajara 2011 (bronze) e em Toronto 2015 (prata), a medalha que faltava chegou para Rafaela Silva. Nesta sexta-feira, dia 9, a brasileira conquistou o ouro nos Jogos Pan-americanos de Lima ao vencer a dominicana Ana Rosa e completou sua coleção de títulos nas principais competições internacionais da modalidade. Rafaela se tornou, assim, a primeira judoca brasileira campeã olímpica, mundial e do Pan. Além de Rafaela (57kg), o país subiu ao pódio mais duas vezes neste segundo dia de lutas. Em sua estreia na competição, Daniel Cargnin (66kg) foi medalha de prata e Jeferson Santos (73kg) ficou com o bronze.
Dona de um dos currículos mais vitoriosos do judô mundial, Rafaela Silva encarou esse Pan como uma competição importante para sua evolução rumo a Tóquio 2020. “Os Jogos Pan-americanos são muito importantes para mim. Gosto muito de competir representando o Brasil e sempre que tem competições grandes como essa, eu gosto de sentir a sensação. Sou muito competitiva. Tinha a escolha de não estar aqui, então só tenho a agradecer à Confederação Brasileira de Judô e ao Time Brasil pela oportunidade”, reconheceu Rafaela, que revelou sentir o ambiente parecido com o dos Jogos Olímpicos de Londres ao entrar no ginásio do Complexo de Videna.
Para chegar ao título, a brasileira que largou como bye na competição, venceu a americana Amélia Fulgentes nas quartas de final e a cubana Anailys com um lindo ippon em 33 segundos de combate na semifinal. Na final reencontrou Ana Rosa, 66ª do ranking. Em abril, também em Lima, a brasileira venceu a adversária na final do Campeonato Pan-americano. Desta vez, precisou de apenas um minuto para aplicar um waza-ri e uma imobilização e celebrar o tão desejado título dos Jogos Pan-americanos.
A carioca de 27 anos entrou bastante focada na competição e, praticamente, ganhou as lutas antes mesmo delas começarem. Agora, a campeã olímpica volta as atenções para o Campeonato Mundial, no Japão, que será preparatório para os Jogos Olímpicos. Antes disso, a equipe brasileira fará aclimatação na base do Time Brasil em Sagamihara. “Estou muito feliz com meu resultado e com meu desempenho nas últimas competições. Esse é o meu terceiro ouro consecutivo. Vejo que meu trabalho que meu trabalho vem dando resultado, mas não dá pra curtir muito porque no final do mês tem Campeonato Mundial”, afirmou a campeã olímpica no Rio 2016.
Daniel Cargnin, ficou com a medalha de prata ao ser derrotado na final pelo dominicano Wander Mateono primeiro confronto entre os dois. O gaúcho de 21 anos subiu ao degrau mais alto do pódio em sua estreia na competição.
“Avalio meu desempenho acima de tudo. As derrotas no meio do caminho para os Jogos Olímpicos vão vir e os resultados serão consequência do que eu fizer. Podia ter dado algo a mais. Fica como aprendizado. A derrota ensina bastante. Para mim, esse foi o principal aqui”, avaliou Daniel.
As medalhas de hoje se somam às outras duas douradas conquistadas por Larissa Pimenta (52kg) e Renan Torres (60kg) na quinta-feira.
Neste sábado (10), o Brasil sobe ao tatame com Alexia Castilhos (63kg), Ellen Santana (70kg), Eduardo Yudy Santos (81kg) e Rafael Macedo (90kg). No último dia da modalidade no Pan-Americano de Lima, a líder do ranking mundial, Mayra Aguiar (78kg), inicia sua caminhada na competição. Beatriz Souza (+78kg) e David Moura (+100kg), ouro no Pan-Americano de Toronto 2015, fecham a campanha brasileira em Lima.