Seleção feminina de handebol é hexacampeã dos Jogos Pan-americanos e carimba passaporte para Tóquio 2020
Sem perder há 24 anos, Brasil mantém a hegemonia ao derrotar a Argentina por 30 a 21
Medalha de ouro no peito e passaporte carimbado para Tóquio 2020. Desfecho perfeito para o handebol feminino do Brasil no Jogos Pan-americanos de Lima. Com a vitória por 30 a 21 sobre a Argentina na final, o país manteve a hegemonia continental, sagrou-se hexacampeão do torneio e manteve uma invencibilidade de 24 anos sem perder na competição continental. A última derrota da equipe em Jogos Pan-americanos foi em 20 de março de 1995, em Mar del Plata (Argentina), para os Estados Unidos: 29x26. Agora já são 31 jogos invictos, sendo 30 vitórias e um empate.
Com a classificação do handebol feminino, o Time Brasil chega a 81 vagas garantidas em Tóquio.
Para chegar ao ouro, a equipe comandada pelo espanhol Jorge Dueñas venceu Cuba, Canadá e Porto Rico na primeira fase e os Estados Unidos na semifinal. A seleção feminina conta com seis atletas campeãs mundiais em 2013 – Ana Paula, Babi, Deonise, Duda Amorim, Elaine e Mariana Costa, que se juntaram à nova geração da modalidade.
“Esse título nos dá muita moral. Tínhamos a responsabilidade de chegar aqui como favoritos e trabalhar essa tensão é sempre complicado. Parece que há a obrigação de ganhar e o primeiro tempo foi difícil. Mas, estou muito contente porque as jogadoras tiveram muita atitude. Foi um jogo muito difícil, mas o Brasil aproveitou um momento bom e soube abrir o placar para ganhar o jogo”, analisou o espanhol Jorge Duenãs, treinador da Seleção Brasileira.
A partida teve todos os ingredientes de uma decisão. Ginásio lotado, rivalidade e emoção. A Argentina esteve à frente do marcador durante boa parte do primeiro tempo. Perto do fim, porém, um lance pareceu mudar a história do confronto. A ala esquerda Larissa roubou uma bola e no contra-ataque fez o gol. No lance seguinte, a jogadora mais uma vez marcou para empatar o jogo em 12 a 12. No segundo tempo, o time verde e amarelo voltou mais ligado. Com intensidade e velocidade, o Brasil começou a abrir o placar. No gol, a estreante Renata, que substituiu Babi fazia grandes defesas.
No ataque, as brasileiras foram comandadas pela força de Duda Amorim. Eleita a melhor jogadora do mundo em 2014, a armadora de 1,86 m literalmente passou por cima da defesa argentina no início da partida.
“É um ano muito importante para nós, sabíamos que o primeiro passo era esse mesmo (disputar o Pan de Lima). Agora, é focar no Mundial. Pretendemos ficar pelo menos entre as dez para ter uma esperança de medalha em Tóquio. O nosso ataque foi bem durante o jogo inteiro. O que fez a gente ganhar foi o segundo tempo, quando conseguimos encaixar a defesa. Foi um título em equipe”, disse Duda Amorim.
Enquanto as jovens brilhavam, Deonise, a única tetracampeã desse atual elenco, voltou a liderar o time. E o Brasil ganhou a terceira final consecutiva de Pan contra as rivais argentinas. No fim, 30 a 21 e mais uma vitória contra a Argentina na decisão do Pan. Das últimas cinco finais, quatro foram contra a Argentina. E o Brasil ganhou todas.
“Eu acho que começamos um pouco abaixo do que esperávamos, a nossa defesa não funcionou como planejamos. A gente trouxe emoção para mais uma final de Jogos Pan-Americanos. No final, sobressaiu nosso trabalho e qualidade”, avaliou a goleira Babi Arenhart.
As duas equipes chegaram invictas na final. Foram quatro vitórias em quatro jogos, com grande domínio nas partidas. Antes da final, a seleção argentina marcou 136 gols e sofreu 60. As brasileiras foram ainda melhores, tanto no ataque quanto na defesa, com 144 gols anotados e 57 sofridos.
A estreia nacional foi contra a Seleção de Cuba e o Brasil venceu por 29 x 20. Na segunda partida, a equipe superou o Canadá por 41 x 12. No confronto contra Porto Rico, as brasileiras fizeram 40 x 16. Na semifinal, o Brasil venceu os Estados Unidos com tranquilidade, por 34 x 9.